Tuesday, July 15, 2008

O RIO NO CINEMA

O RIO NO CINEMA
Livro reúne em fotos e ensaio crítico a história cinematográfica da cidade maravilhosa de “Voando para o Rio”, de 1933, até “Tropa de Elite”, lançado no ano passado

Paulo Autran coroado como ditador na escadaria do Theatro Municipal em Terra em transe, de Glauber Rocha. Roger Moore escapando do Pão de Açúcar pouco antes do teleférico cair no meio da Praia Vermelha, em 007 Contra o foguete da morte, de Lewis Gilbert. Cary Grant e Ingrid Bergman trocando um beijo na Cinelândia, em Interlúdio, de Alfred Hitchcock. Marcantes para o mundo cinematográfico, as cenas mostram um Rio de Janeiro mítico, entre as belezas naturais e arquitetônicas, imagens que Antonio Rodrigues recupera em O Rio no cinema, que a Nova Fronteira lança na próxima quarta-feira. Mais do que um livro de memorabilia para cinéfilos, o especialista faz uma crítica à forma de retratar a cidade, quase sempre idealizada, e um retrospecto da história do Rio que ainda é a capital cinematográfica do país.

Após uma minuciosa pesquisa, o crítico literário reuniu cronologicamente os maiores clássicos do cinema, brasileiros e estrangeiros, que usam o Rio de Janeiro como cenário. As primeiras imagens da cidade registradas foram provavelmente feitas em 1898 e mostram a Baía de Guanabara. Foram precisos, no entanto, cerca de trinta anos para que o Rio começasse a ser retratado com mais freqüência em filmes como The girl from Rio, de Tom Teriss, em 1927, e Uma noiva em cada porto, de Howard Hawks. Todos eles reforçando o estereótipo carioca de cidade exótica, quente, sensual e desconhecida. No filme de Hawks há, até mesmo, nomes de ruas escritos em espanhol.

A década de 30 voltou-se para o glamour, como o passeio pelos cinemas e bares da Cinelândia e o banho de mar nas praias cariocas. Em Voando para o Rio, de Thornton Freeland, em 1933, temos Fred Astaire e Ginger Rogers passseando pelo Copacabana Palace ou tomando um chá em uma confeitaria que lembra a Cavé. Interlúdio ou Notorious, na década seguinte, marca o interesse de Alfred Hitchcock pelo Rio de Janeiro – mesmo que os protagonistas Cary Grant e Ingrid Bergman não tivessem sequer pisado na cidade - tudo isso graças à técnica de backprojection, muito usada à época. François Truffaut declarou que o filme era seu Hitchcock preferido “tem poucas cenas e é de uma pureza magnífica, consegue o máximo de efeitos com um mínimo de elementos.”

O samba, a Chanchada e o Cinema Novo dominaram as décadas seguintes. No livro não faltam cenas de grandes filmes brasileiros como Cinco vezes Favela, Os cafajestes, Garrincha a alegria do povo e Terra em transe. O apanhado de Antonio Rodrigues chega à atualidade ao retratar filmes contemporâneos que representam a “estética da favela” como Cidade de Deus e Tropa de Elite, películas que, analisa o crítico, diferem-se pela ideologia. “Cidade de Deus desemboca na salvação de um indivíduo, adota o ponto de vista das vítimas do sistema social enquanto Tropa de Elite, o dos ‘rambos’ da repressão.”


A intenção inicial do autor era percorrer a imagem do Rio de Janeiro no cinema mas o trabalho de pesquisa documental e iconográfica vai além. Rodrigues passeia pelo Rio de Janeiro dos filmes mesclando-os com a transformação urbana, política e social. Assinala e ressalta a imagem da cidade real que se transforma ao longo dos anos e associando-a aos reflexos que isto teve no narrar cinematográfico. O Rio no cinema equilibra história, fotografia e crítica bem construída em um formato de luxo.

Antonio Rodrigues lança O Rio no cinema na próxima quarta-feira, às 20h, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon ( Av. Afrânio de Melo Franco, 290, 2º andar).

SOBRE O AUTOR: Antonio Rodrigues nasceu no Rio e passou sua infância e adolescência entre o Leme, Ipanema e o Posto Seis. Vive na Europa há mais de 20 anos. Em Paris, exerceu funções de crítico e programador de cinema, no Studio 43 e em Cinématographe. Atualmente trabalha no Serviço de Programação da Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, onde organizou diversos ciclos e catálogos, entre eles Cinema e Arquitectura e uma importante homenagem a Pier Paolo Pasolini, com o subtítulo O Sonho de uma Coisa. No Brasil, foi curador de mostras das mostras de cinema no Rio em 2000, 2001 e 2003: Portugal-Brasil/Travessias de cinema; Olhar das estrelas, sobre os paises de língua portuguesa e Arquitetura do século XX no cinema.
















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